segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Desespero, Calor e Consolo

Nestes dias em que tudo o que piso está amargurado, vou rebolando nas caras que se limitam a fraudes esburacadas pelos outros ou por elas.

Penso em cenários melhores, em algo que não existiu e causa saudade.

Não me envolto em lamentos e sei lá.

Coloco-me em décadas de ilusão esculpindo alguém, esculpindo-te a ti.

Deixa-me ir para o monumento mais alto da tua cabeça e gritar coisas imperfeitas.

Deixa-me dar-te a mão e avassalar todas as ruas desta cidade na decadência.

Vamos cortar mil confissões de amor e vamos forrar o Inferno.

Vamos pôr o nosso futuro em garrafas e vamos bebê-lo debaixo das árvores.

Segura-me que ser só um cansa.

Ou dá-me um tecto e eu faço-te sorrir, que nesta loucura tudo vale para que a crueldade deixe de ser vil.


25 de Junho de 2008

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